sábado, 1 de novembro de 2014



A realidade é amarga, é como viver um dia que nunca acaba enquanto a vida te convida a entrar num mundo que não existe, ao menos não enquanto estamos de olhos abertos.
É sonhar com coisas que permanecerão distantes independente dos seus esforços, banhadas pela impotência de sermos meros humanos incapazes de voar.
A realidade é como sentir saudade de algo que você nunca teve, ou que teve e não pode ter de novo. É viver nas sombras nostálgicas de um passado não muito distante sem a minima possibilidade de vive-lo novamente.
Sonhamos com momentos perfeitos, desejando que a cada instante a nossa vida mude pra melhor, sem arrependimentos. Sim, as vezes vivemos na mais plena felicidade, nos momentos mais raros que nos transformam rapidamente em tolos sonhadores, mas sempre retornamos ao fatídico cotidiano onde nada acontece sentindo falta daquilo que um dia aconteceu.
A realidade é injusta, passamos a maior parte do tempo desejando estar em outros lugares, com outras pessoas, dominados por  uma inquietante vontade de fugir para longe de tudo ou pra perto de alguem.
É como sentir vontade de chorar e as lagrimas se recusarem a cair sufocando a alma que insiste em não se entregar.
A realidade é como viver sob a euforia dos momentos inesquecíveis já sabendo que eles não duram pra sempre, acabando instantes depois em que tiveram o seu inicio.
É como um sonho bom interrompido pelo toque de um celular, é como amar alguem sem poder toca-lo ou nem sequer ouvir sua voz.
A realidade é lancinante, mas por hora brindemos aos breves momentos de  ledice que pouco duram mas que seguem deixando marcas eternas e nos perseguindo noite a fora sob a embriaguez dos sentidos a fim de amenizar uma dor que talvez um dia chegue ao fim.
A realidade é solitária...



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