domingo, 23 de novembro de 2014



Das chances perdidas levo o amargo sentimento do arrependimento e o imperecível desejo de não perder mais nenhuma. Dos erros cometidos, muitas vezes repetidos, levo o demérito de um dia ter tido-os como parte de algum momento da minha breve vida enquanto luto, bravamente, para que um dia eu consiga não comete-los novamente.
Da hipocrisia em acreditar ser algo que na verdade nunca fui levo o interesse em ser o que o espelho nunca me mostrou enquanto era enganado pelo meu egoismo elegantemente disfarçado de um falso altruísmo.
Do desapontamento que causei a quem não deveria eu levo o eterno desejo do perdão, que seja em outras vidas, mas que um dia eu consiga me redimir de todo o mal que eu fiz alguem direta e indiretamente, em mente ou fisicamente e que finalmente eles possam me ver como um dia acreditaram que eu era.
Daqueles que apareceram em minha vida como reposta a todos os meus pedidos de ajuda a algo que precisei em algum momento eu levo a gratidão ,que um dia eu possa retribuir e aproveitar melhor a presença deles no meu universo pessoal da forma que deve ser. Levo a minha gratidão também a todos aqueles que trouxeram as mais incríveis mudanças que um ser humano pode ter na sua rotina, aqueles que me mostraram a vida, aqueles que me ensinaram a ver o mundo de outra forma, aqueles que tentaram ao máximo fazer com que eu mudasse pra melhor e que me ensinaram que o meu pior inimigo sempre vai ser eu mesmo.
Dos que compartilham do meu sonho e seguem me dando razoes para ainda acreditar eu levo a minha felicidade por cada momento que vivemos e que ainda vamos viver apesar de qualquer problema e dificuldade.
Dos amores levo o desejo de amar novamente e o entendimento de que nada na vida supera os momentos em que sentimos algo que não podemos explicar. Levo o saber de que teremos poucos momentos na vida em que existira uma felicidade incontrolavel dominando nosso ser transformando cada segundo do seu dia nos mais incríveis da sua existência.
Por fim, da vida que levei ate esse exato momento eu levo o aprendizado, as experiências, os erros e os acertos. Levo meus sonhos, minhas vontades e desejos. Levo a esperança de viver os mais felizes dias da minha vida. Sufocado pela vontade de dar inicio a um novo começo, luto incansavelmente contra o meu próprio ser esperando ansiosamente pelo dia em que aprenderei a dar valor ao que deve ser dado sem nenhuma possibilidade de acordar desejando não ter vivido, e assim, que eu possa ser o que sempre quis e viver a vida que sempre pensei estar vivendo.
Que eu renasça com o dia que esta pra nascer.




sábado, 1 de novembro de 2014



A realidade é amarga, é como viver um dia que nunca acaba enquanto a vida te convida a entrar num mundo que não existe, ao menos não enquanto estamos de olhos abertos.
É sonhar com coisas que permanecerão distantes independente dos seus esforços, banhadas pela impotência de sermos meros humanos incapazes de voar.
A realidade é como sentir saudade de algo que você nunca teve, ou que teve e não pode ter de novo. É viver nas sombras nostálgicas de um passado não muito distante sem a minima possibilidade de vive-lo novamente.
Sonhamos com momentos perfeitos, desejando que a cada instante a nossa vida mude pra melhor, sem arrependimentos. Sim, as vezes vivemos na mais plena felicidade, nos momentos mais raros que nos transformam rapidamente em tolos sonhadores, mas sempre retornamos ao fatídico cotidiano onde nada acontece sentindo falta daquilo que um dia aconteceu.
A realidade é injusta, passamos a maior parte do tempo desejando estar em outros lugares, com outras pessoas, dominados por  uma inquietante vontade de fugir para longe de tudo ou pra perto de alguem.
É como sentir vontade de chorar e as lagrimas se recusarem a cair sufocando a alma que insiste em não se entregar.
A realidade é como viver sob a euforia dos momentos inesquecíveis já sabendo que eles não duram pra sempre, acabando instantes depois em que tiveram o seu inicio.
É como um sonho bom interrompido pelo toque de um celular, é como amar alguem sem poder toca-lo ou nem sequer ouvir sua voz.
A realidade é lancinante, mas por hora brindemos aos breves momentos de  ledice que pouco duram mas que seguem deixando marcas eternas e nos perseguindo noite a fora sob a embriaguez dos sentidos a fim de amenizar uma dor que talvez um dia chegue ao fim.
A realidade é solitária...