quarta-feira, 8 de julho de 2015



Me ver sendo obrigado a esquece-la foi como estragar o uísque colocando pedras de gelo, mas por mais que eu acreditasse que a fuga da realidade fosse na mesma proporção, o gelo fazia parecer que havia mais uísque no copo do que realmente tinha.


Farewell dear...

Cartas ao passado capitulo II

quarta-feira, 1 de julho de 2015


Eu já tentei mudar o que não havia como mudar e sabia disso. Já tentei mudar o passado, voltar no tempo e acreditar em todas as minhas mentiras pelo tempo que fosse necessário até que elas se tornassem verdades.
Eu já acreditei que os dias eram todos iguais enquanto me iludia com a ideia de que a culpa era sempre dos outros. Quando acertava, o mérito nunca era meu.
Eu já acreditei no amor e não me conformava com a ideia de outra pessoa não sentir por mim o mesmo que eu sentia por ela e quando era o contrário eu simplesmente achava normal.
Eu já pulei de felicidade e cantei musicas que eu nem sabia a letra em raras noites enquanto voltava pra casa depois de estar com alguém que simplesmente me fez feliz por poucas horas ou por ter vivido bons momentos mesmo sabendo que aquilo não seria repetido ou que simplesmente não duraria o suficiente para que os próximos dias fossem iguais aos dos meus pensamentos.
Eu já valorizei o que não merecia ser valorizado e não dei a minima a possibilidades que provavelmente teriam dado rumos bem diferentes a minha vida.
Incontáveis vezes eu ja perdi o sono pensando em alguém que provavelmente não fazia nem ideia disso, pensando nos problemas mais do que em soluções pra eles e fui egoísta o suficiente para afastar de mim pessoas que na verdade eu precisava era ter por perto.
Eu já dei flores, escrevi poemas, musicas e me declarei. Já amei, fui amado, rejeitado e já rejeitei.
Vivi uma vida que não era a minha e vendi meus sonhos a preços ridículos.
Já me entreguei a inércia de existir em um mundo onde eu ainda não entendi o meu propósito, mas sigo lutando contra eu mesmo a cada suspiro de uma nova manhã e os sonhos que ainda me restam resistem bravamente em cada canto da minha alma.

Cartas ao passado, capitulo I.