quinta-feira, 1 de maio de 2014



Era ela na chuva,era ela no vento gelado que entrava pelas pequenas frestas da janela e nas poucas nuvens que vagarosamente passeavam pelo céu. Era ela o desejo feito a cada uma das estrelas que caiam naquelas noites de outono.
Sim, era ela a única voz no silencio vazio da minha mente, presa ao meu inconsciente estado de fascínio pelo olhar mais atordoante que já havia encontrado em toda minha vida.
Era ela em cada uma das folhas que eu observava, atenciosamente, desprender-se  de uma pequena arvore em uma praça qualquer, acompanhando cada centímetro da queda ate o chão.
Nas noites mais bem dormidas, la estava ela, encantando os meus sonhos mais malucos e sem sentido com aquele sorriso que não me fazia ter a minima vontade de acordar mas que deixavam uma das mais interessantes sensações que eu já tive ao despertar.
Era ela o pássaro vermelho que pousava todas as manhãs nos fios da minha mente anulando todo e qualquer barulho que vinha de fora enquanto cantava.
Era possível vê-la mesmo com os olhos fechados enquanto sentia a brisa que vinha não sei de onde,era como o mais intenso dos abraços que ela certa vez me deu.
Era ela nos espontâneos acordes que eram aos poucos formados naquele velho violão. Era ela em cada nota daquela melodia que naturalmente tomava forma.
Era ela em cada reflexo que eu via no espelho,em cada sombra e nos abstratos desenhos daquela parede caindo aos pedaços. Sem duvidas, era ela...

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